Balmorhea é um grupo musical do Texas, cujo estilo se volta mais ao minimalismo, influenciado muito por clássicos contemporâneos famosos, como Max Ritcher e Arvo Part (se você não conhece… bem, continuam famosos hehe).
Resumo do minimalismo musical (fonte: Wikipedia):
produção musical que reúne as seguintes características: repetição frequentemente de pequenos trechos, com pequenas variações através de grandes períodos de tempo ou estaticidade na forma de tons executados durante um longo tempo; ritmos quase hipnóticos.
Isso significa que a maioria das músicas começa com um padrão repetitivo, depois desconstroi e reconstroi esse padrão até a melodia da música nascer; o que pode vir do piano, do violino, das guitarras elétricas ou dos sintetizadores.
O interessante disso é o sentimento que faz brotar. Nós vivemos em um ambiente urbano, sempre tendo que fazer escolhas, ocupados com outra tarefa que nosso chefe colocou em nossa mesa; ou, se somos chefes, ocupados com mais uma demanda de nossos clientes.
Quando estamos com tempo livre para o lazer, precisamos escolher para onde ir, como ir, quando ir, quanto dinheiro gastar. Se preferirmos Netflix, temos que escolher qual filme ou série assistir.
Escolhas, escolhas, escolhas.
A sensação que esse álbum traz é o oposto disso. É a calma, a não-necessidade de escolha (todas as músicas são boas), nem a espera por um clímax que irá te arrebatar, como o solo de guitarra de um rock clássico. A música te carrega como uma folha sendo levada pelo vento. Você pode ir para qualquer direção, terminar em qualquer lugar, e ainda
assim você fica contente por relaxar e aproveitar o caminho.
E eles não precisam de letras para isso. Ouço muitas pessoas falando: “música sem letra/voz não é música.”
Bem, as letras foram criadas para passar uma mensagem. Só que a mensagem é o que os músicos querem passar. Quando você não tem uma letra, apenas os instrumentos, a mensagem passada é a que o ouvinte quer ouvir.
Não entendeu? Vai entender! Vamos às músicas:
Days / Masollan
É uma peça contendo duas partes, que, no álbum, são duas músicas distintas, porém sempre tocadas como uma só ao vivo.
Eu, particularmente, prefiro a segunda parte, “Masollan”. Se você quer confiar na minha palavra, comece a ouvir daqui . Se você não conhece nada da banda, sugiro ouvir tudo.
Fake Fealty
Dived
Essa música mostra bem o que falei ali em cima, sobre usar a voz como instrumento musical. Porque, afinal, voz é um instrumento. Só estamos acostumados a usá-la/ouvi-la utilizando palavras. Mas as palavras são escritas dentro das notas musicais desejadas. Caso contrário, não faria sentido, concorda?
Jubi
Peguei essa versão, no meio de um show deles, que é fantástica.
A música termina em 18:01.
Artifact
Shore
Pilgrim
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Carioca, que abriu sua própria empresa para poder ter tempo de escrever e falhou miseravelmente. Uma pessoa intensa que encontrou na escrita a única forma de extravasar tudo que passa dentro de si.