Nota: o texto contém spoilers sobre a série The Handmaid’s Tale.

Episódio 5 de The Handmaid’s Tale. Até esse momento, June (Elizabeth Moss) fora estuprada algumas vezes pelo Sr. Waterford (Joseph Fiennes).

Foi estuprada uma vez por Nick (Max Minghella), a mando da Sra. Waterford (Yvonne Strahovski).

Então, no final do capítulo, ela vai até o quarto de Nick, se despe, domina a situação e transa com o guarda. Faz sexo, ao invés de ser estuprada.

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Descrição da imagem: Nick e June no quarto de Nick

Uma cena de empoderamento poderosíssima, justamente na metade da temporada, representando uma grande virada para a protagonista.

Enquanto June tomava as rédeas sobre seu próprio corpo e minha esposa acompanhava com êxtase pelos tantos significados que transbordavam na cena, eu fiquei em conflito. Um conflito que só fui entender no início do episódio 6.

O que um homem pensa de uma cena daquelas?

A ambientação da sensualidade

Águas turbulentas aqui, vamos por partes. Todas as observações feitas tratam exclusivamente sobre a série.

O mundo de Gilead é praticamente desprovido de sensualidade. Os tecidos objetivam bloquear qualquer visão sobre o corpo. Uma Aia é coberta pelo vermelho de sua fertilidade, uma Esposa veste apenas o verde/azul de sua “pureza”. Uma Ama (Marthas) veste o bege claro, quase cinza, de seu serviço auxiliar e invisível, uma Tia veste os tons escuros da autoridade.

Homens vestem preto acima de tudo. Ternos para os comandantes, uniformes para guardas, agentes e motoristas.

Todas as roupas são planejadas de modo que apenas cabeça — quando não só o rosto — e mãos apareçam. O domínio das cores facilita a identificação das pessoas nos ambientes externos, classificadas por sua hierarquia, divididas em um tipo de castas. O tapar do corpo visa evitar a luxúria, preocupação motriz de uma sociedade teocrática extremista.

Sobram basicamente dois momentos típicos de sensualidade na série. Quando estamos em um flashback, ou estamos enquadrados (no foco da câmera) apenas em uma mulher — em especial, June.

Em um desses flashbacks, quando June e Moira estão se exercitando, a câmera foca no decote da protagonista, por onde escorre o suor liberado na corrida. Avançando na cena, as duas entram em um café, onde um atendente as rejeita, as chamando de vadias.

Descrição da imagem: quatro quadros. Quadro 1: June e Moira correndo; quadro 2: Foco no decote e transpiração de June; quadro 3: mulher vê June e sente repulsa; quadro 4: atendente que as chama de vadias.

A câmera estava nos adiantando a causa da rejeição, mostrando o fortalecimento da cultura que se faria presente em Gilead. A sensualidade foi mostrada para compreendermos que ela pertence ao passado, não pertence àquela sociedade que se tornara o presente.

O outro momento recorrente em que a sensualidade aparece é quando June, no presente, testa ou até manipula sua relação com o Sr. Waterford. No seu escritório, o lugar proibido onde só ele deve entrar e onde chama “Offred” para encontros secretos, June testa os limites do interesse do Comandante e o quanto consegue aliviar dificuldades do seu cotidiano.

A capacidade de uma mulher

Em Gilead, somos constantemente confrontados com uma dicotomia entre ideia e realidade: o que a cultura teocrática diz que uma mulher pode/deve/é capaz de fazer, contra demonstrações constantes do que uma mulher é realmente capaz de fazer.

Muitos textos de excelentes autoras falarão com muito mais autoridade do que eu sobre os méritos da série e das personagens femininas nesse contexto. Você pode ver um exemplo aqui.

Para meus propósitos, continuo precisando de alguns exemplos. Em June, vemos uma pessoa capaz de enganar guardas, desarmar Tias e se sacrificar para permitir a fuga da amiga Moira. Capaz de executar planos para comunicações secretas por parte da resistência, se posicionar frente a uma chacina e impedi-la (um apedrejamento contra outra Aia). De se conectar com pessoas distantes como a Ama da casa, formar laços com outras Aias ou mesmo sentir empatia por Serena, a Sra. Waterford. Capaz de simplesmente perdurar naquela situação bizarra (e bizarramente próxima).

Ela consegue até mesmo diluir uma relação de poder entre sua posição e a de Nick.

Todos esses exemplos são belas demonstrações de quão foda é June, simples assim. Podemos ver outras demonstrações tão complexas e ricas de Moira, questionáveis de Serena, assustadoras e surpreendentes da Tia Lydia. São demonstrações mais do que suficientes sobre a capacidade de mulheres.

Ainda assim, quando qualquer uma dessas personagens se aproxima de Fred Waterford, seus poderes minguam. Suas demonstrações de força nunca ocorrem para com ele ou outro Comandante. Sempre ocorrem apesar dele, ou à margem dele.

A única personagem que mantém um modus operandi ativo frente ao Sr. Waterford é June. Ela o faz através da sedução, conforme mencionado no tópico anterior.

É esse modus operandi que, somado à última cena do episódio 5, plantou a pergunta na minha cabeça.

O que um homem pensa de uma cena daquelas?

A (falácia da) dominação pela sedução

June consegue favores ou facilidades seduzindo Fred. Alcança o prazer seduzindo Nick — não é o mesmo tipo de sedução ao final, mas há semelhança no início dos dois processos.

Uma sociedade teocrática pensa que essa mulher sedutora é uma vadia. Ela é perigosa, pois tenta o homem, diminui sua capacidade de controle. Nick não foi capaz de dizer não. O Sr. Waterford não foi capaz de dizer não. A mulher sedutora, portanto, pode dominar o homem.

Eu não acredito nisso, não defendo tal argumento, tento escrever sobre formas de masculinidade tóxica…, mas cresci no mesmo machismo, o absorvi a vida inteira, e o escuto hoje em muitos e muitos meios.

Portanto, é com dor no coração que não consigo afastar a ideia de que muitos homens pensariam, ou pensam, dessa forma ao assistir a cenas como a transa entre June e Nick ou as tentativas de seduções de June para o Sr. Waterford. Qualquer homem defensor de Gilead ou correlatos pensará assim. É o que indicam as famosas recentes pesquisas sobre a visão de culpa da mulher nos estupros que sofrem no Brasil.

Toda história que tenha o machismo como tema tem nos homens focos de estudo. Muitas personagens mulheres são apresentadas e recebem atenção merecida em The Handmaid’s Tale. São as protagonistas e, nessa série, tem desenvolvimento brilhante. Esse foco necessário nas mulheres não ocorre, no entanto, sem uma investigação nas entrelinhas sobre a origem desse sistema de opressão. Nick, Fred Waterford e mesmo Luke (O-T Fagbenle) são alvos de um processo investigativo que visa determinar como masculinidades podem moldar, ordenar esse machismo.

O arco de June, Moira e todas as mulheres que lutam pela liberdade em Gilead só se faz completo com um entendimento sobre os homens.

O primeiro entendimento necessário é sobre a falácia dessa dominação. A sedução pode influenciar como uma pessoa age em um dado momento. É o que ocorre quando June pede algum favor ao Sr. Waterford.

No entanto, essa ação é uma faca de dois gumes. June sabe disso e Fred sabe disso. Ela está testando até onde ele a permite ir. Ele está testando até onde pode permiti-la sem “se queimar”.

Nessa sedução, o homem sempre tem o poder do corte a qualquer momento. Só não o exerce se/quando não quer.

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Descrição da imagem: Fred olha para June em seu escritório. Alguma dúvida sobre quem domina a situação?

A consequência do sucesso e da falha na sedução, para um e para outro, evidenciam bem a disparidade na dominação. A falha pode custar a vida de June bastando a palavra de Fred. Este pode até ser julgado em Gilead, mas um conjunto enorme de fatores precisaria ocorrer para evidenciar um caso, como ocorreu com o Comandante Putnam (Stephen Kunken). A palavra de June não tem valor.

Afirmar que a mulher é perigosa por dominar o homem com um órgão sexual é, portanto, uma bravata. Em comparação, na sociedade de Gilead (quando não na realidade), qualquer mulher pode ser dobrada a qualquer momento. Até mesmo sem que um homem mexa um dedo ou veja.

As leis, os guardas, as Tias, as Amas e as próprias Aias são vigias dos comportamentos e podem transformar uma singela caminhada de uma mulher para o mercado em justificativa para um enforcamento.

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A hipocrisia masculina

A hipocrisia não é uma característica exclusiva do homem, no entanto, podemos observar as formas com que ela se manifesta no entorno da masculinidade.

A primeira incoerência é a própria falácia que avaliamos sobre a sedução. Uma cena extremamente significativa nesse ponto ocorre entre Fred e Serena. Esposo e esposa transam, ato proibido na sociedade de Gilead. Assim como entre June e Nick, o sexo não existe oficialmente em Gilead. A lei permite apenas o estupro sob a justificativa da procriação, pelos Comandantes sobre as Aias.

Tal legislação distancia o casal outrora apaixonado. A distância física e emocional gerariam tanto no homem como na mulher a sensibilidade quanto à negação ao sexo. A falta de um componente parte da vida social.

Serena demonstra sentir essa falta. Fred não. Poderia ser porque ele mantém o papel de procriador. Contudo, sabemos que o ritual da “fertilização” não afasta desejos sexuais. É uma situação constrangedora para todas as partes (não igualmente, é claro), inviabilizando um potencial tesão.

O Sr. Waterford não sente falta porque ele não fez o sacrifício que Gilead prega que todos farão. Os homens, em especial os Comandantes, não fazem os sacrifícios. Seus poderes mantêm suas capacidades de acessarem lugares como Jezebel, onde Moira se torna prostituta. Seus poderes mantêm suas capacidades de dobrarem e usarem suas Aias além do ritual. Muitas vezes a despeito do conhecimento das Esposas, como a própria Serena.

O próprio ritual se torna prazeroso para Fred quando ele explora seu poder tocando o corpo de June.

Com o mundo a seu dispor, com uma mulher nominalmente sua (“Of Fred”, expressão que compõe o nome Offred, “de Fred” em tradução livre), por que Fred sentiria falta de transar com a esposa?

Do alto de sua comodidade, o Sr. Waterford culpa Serena por terem feito sexo. A culpa pela tentação, pela sedução.

O mesmo personagem ainda estende sua hipocrisia defendendo o Comandante Putnam com jargões que nos lembram os do nosso Congresso. Como um corrupto poderia julgar um corrupto?

O privilégio masculino

Nós fomos longe demais em deixá-las acreditarem que podiam estudar e se tornar executivas — Comandante Putnam

Na casta dos Comandantes estão as demonstrações mais evidentes do privilégio masculino. Não há grandes sacadas aqui, apenas a mórbida conclusão do domínio de homens.

Apenas eles escrevem a lei, apenas eles receberam um direito divino de ordenar todas as coisas, apenas eles podem contornar as leis. O bordel Jezebel é um espaço pensado para a quebra das leis, para manutenção de privilégios exclusivamente de homens cis héteros brancos poderosos.

Não é uma coincidência para mim que os outros dois homens orbitando a vida de June, Luke e Nick, sejam não-brancos. Suas etnias ajudam a evidenciar os requisitos necessários para alguém ser um Comandante.

O mais interessante aqui, no entanto, é perceber os privilégios desses dois.

Nick é um motorista e um espião. É próximo ao Comandante aparentemente mais próximo às leis de Gilead. Reside e acompanha a casa do outro Comandante com mais demonstrações de poder na temporada, o próprio Fred.

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Descrição da imagem: Nick no restaurante, antes do golpe. Ele diz para Andrew Pryce, poderoso futuro Comandante, que nada podia ser feito sobre o não nascimento de crianças antes. O mesmo pensamento que ele repete a si mesmo em Gilead para aceitar o terrível mundo à sua volta.

Sua posição limita suas opções, é claro. É um subalterno, do qual se espera lealdade, silêncio, quase invisibilidade. Precisa obedecer à Sra. Waterford, como quando esta ordena o estupro de June visando a procriação.

Ainda assim, ele tem opções. Sua posição de espião o permite denunciar Fred. Sua posição de motorista dá acesso a lugares proibidos, bastidores e conversas proibidas. Até mesmo a construção de algumas leis foi acompanhada por Nick.

Todo esse acesso à informação dá ao personagem escolhas. São escolhas dificílimas, com possibilidades de graves consequências. Ainda assim, são mais escolhas e muito mais livres que as de June.

A não-escolha, ou a escolha pelo caminho de menor resistência, sem provocação de mudança, é um enorme privilégio masculino. O status-quo pode não garantir ao homem todos os direitos do mundo, mas já garante uma estabilidade.

Nick está firme em sua posição de motorista. Se nunca fizer uma escolha de mudança de direção, conviverá com muitas chatices e pesos em sua consciência, mas continuará tendo seu casebre, alguma possibilidade de ir e vir, até de transar com a Ama do Jezebel de vez em quando. Compare com a consequência de uma não-escolha por June. Um pouco diferente, não é?

Veja como o mesmo ocorre com Luke no período do golpe. O Congresso foi bombardeado, o poder tomado pelo grupo “Filhos de Jacó” e as leis começam a mudar aos poucos. Retirando os poderes e direitos das mulheres. Enquanto June, Moira e Luke discutem esses eventos, a posição de Luke é confortável.

“Olha, estão ferrando vocês, isso não é legal, mas vocês sabem que podem contar comigo, homem, né? Comigo continua tudo bem. ” Não, amigo, não tá nada bem.

Mas vamos para antes dos problemas. Luke e June se conhecem. O interesse surge, cresce. A primeira aventura ocorre. Ambos vivem o momento apesar de Luke ser casado. Encontram-se de novo, e de novo.

Eventualmente, June aponta para Luke não suportar mais aquela situação. Ela o ama. Quer casar com ele, não viver um amor escondido e limitado.

Luke também está apaixonado e aceita a necessidade de June, sua própria necessidade. Lindo, não é?

Por que Luke não tomou uma decisão antes? Esse é o momento em toda a série que mais revela o caráter de não-escolha do homem. O mundo ainda não era Gilead. Nada impedia Luke de tomar a decisão de se separar, caso contrário, ela não ocorreria mesmo com o pedido de June. Era apenas a vontade dele.

Correr o risco de se declarar para June e explicitar seus desejos? Imagina. Fazê-lo seria sair do seu conforto. O personagem, casado, tem a garantia de uma esposa, uma “casa para retornar”, caso a aventura com June dê errado.

“Deu certo? Ótimo. Deu errado? Bem, minha vida continua aqui de boa. ”

A mulher corre os riscos. O homem no máximo aceita os riscos. Essa é a dinâmica entre June e Luke, June e Nick, Serena e Fred. Correr riscos é a base para se colocar vulnerável, uma característica negada pela e para a masculinidade.

A sedução masculina

Hora de fechar o círculo. Todo esse papo da falácia da sedução feminina como dominação, ou da hipocrisia e do privilégio masculino, pintam um quadro de sedução masculina. Um quadro sempre escondido por trás de outros meios.

A sedução do homem é geralmente associada ao pavão que abre sua cauda. Demonstração de poder, de riqueza, sem dúvida são formas aparentes de sedução por machos no cotidiano.

Gilead, no entanto, não é o cotidiano, apesar das muitas semelhanças assustadoras. A divisão de poder em Gilead é tão explícita que não há necessidade de usá-lo para seduzir. Dá-se a ordem e ponto.

Todavia, mesmo nos moldes em que bastam as ordens, os homens da série seduzem pela abertura de espaços. Partindo do início.

Luke fica interessado em June. A evidência já aparece no primeiro contato. Percebemos a evolução do interesse no almoço “entre amigos”. O flerte é evidente. É bom lembrar que apenas Luke tem um possível empecilho ali. Ele é o casado. Poderia ter cortado a qualquer momento. Porém, ele nunca reduz o espaço. Nunca elimina a possibilidade. É parte da sedução.

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Descrição da imagem: Luke olhando para June, no restaurante. Se essa expressão não é sedutora, não sei o que é.

Quando a situação vira uma loucura, a visão masculina permanece inalterada de alguma forma, independente do terror do ambiente. Nick tem um olhar carregado de significados desde a primeira visão de June, da mesma maneira que Luke tinha.

O olhar se repete e se repete, até ficar evidente para June que há algo ali. Prestamos atenção em quando June passa a agir seduzindo, mas não percebemos a sedução, mesmo inconsciente, que sempre esteve presente em Nick. Chamamos de “encantamento”, ou dizemos que o homem foi fisgado. Sempre a vítima da mulher.

Voltando à figura masculina mais problemática, Fred Waterford chama June para seu escritório, o local onde nem sua esposa tem direito a entrar. Ele a chama antes de qualquer ação da protagonista. Antes de qualquer olhar. A primeira jogada, o primeiro passo, é dele.

Abrindo o espaço, o seu espaço de poder, para que ela possa andar por ele. Uma presa, com a qual o predador brinca até cansar.

Conclusão

A primeira temporada de The Handmaid’s Tale revela muitos aspectos do ambiente masculino que promovem ou mantém uma sociedade distópica como Gilead. Características que conseguimos encontrar presentes em nosso dia-a-dia, para nossa reflexão e até preocupação.

Seria interessante ver a segunda temporada quebrando essas composições tóxicas da masculinidade junto com a distopia. Revelando caminhos positivos possíveis, que rompam com um modelo social opressor e mostrem alternativas. Talvez, só Margaret Atwood, criadora da história, saiba como criar esses caminhos para Luke ou Nick. Mas essa é a minha segunda torcida. A primeira está com June, Moira e as incríveis mulheres criadas pela autora.

Nolite te bastardes carborondorum, bitches.


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Roteirista, apaixonado por narrativas. Editor e podcaster do Além do Roteiro.


Yann Rodrigues

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